setembro 19, 2007

Paralelas

Quando eu era mais jovem, e acreditava em algumas coisas nas quais não acredito mais, essa música fez parte de um momento importante da minha história. Um momento de rompimento. Um momento em que eu aprendi que só posso me responsabilizar pelo que é meu, e só posso controlar o que é meu. O que é do outro, é de responsabilidade do outro. Foi dolorido demais, mas libertador demais também.

Arrumando meus CDs, achei de novo este, e resolvi revisitar esse momento. Arrumar gavetas faz milagres!

Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, oh! meu amor
Só tens agora
Os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
E fico rico
Quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar
Passa às praças, viadutos
Nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar

No Corcovado
Quem abre os braços sou eu
Copacabana
Esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude
Do meu coração
E só entende o que é cruel
O que é paixão

E as paralelas
Dos pneus na água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu

No apartamento
Oitavo andar, abro a vidraça
E grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu
Sou eu, sou eu, sou eu

No Corcovado
Quem abre os braços sou eu
Copacabana
Esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude
Do meu coração
E só entende o que é cruel
O que é paixão
(letra: Belchior, na versão da Elba Ramalho)

Imagem: Giramundo

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