
Mas, se pararmos para pensar um pouco, no frigir dos ovos, não tem nada de terror na história, excetuando o fato de que a personagem principal (fantasticamente interpretada por uma jovem Sissy Spacek) possui "poderes" especiais de telecinese. O filme se trata mais de um drama, mesmo.
Imagine ser filho de uma louca religiosa que acredita que a mulher é a culpa de todo o mal que existe no mundo, e é castigada por isso ao longo da vida com a menstruação e a possibilidade de ser mãe. E mais: acredita que a própria filha (Carrie, no caso), é resultado de um pecado gravíssimo que ela cometeu com o próprio esposo, que as pessoas ditas normais chamariam apenas de sexo.
E a coisa toda complica ainda mais por conta daquela segmentação adolescente famosa nas escolas americanas entre os "populares" e os "mortais".
Agora me diga: quem não incendiaria a escola no baile de formatura depois de sofrer com a sacanagem de alguns infelizes? Ou não tentaria matar a mãe descrita acima depois de ficar completamente descontrolada pelos abusos alheios e da própria?
No fundo, acho que todo mundo guarda uma Carrie dentro de si, e sublima na própria vida a característica que mais lhe cabe: a adolescente recalcada que move objetos e se acha uma freak, a filha de uma louca, o resultado de um pecado gravíssimo ou simplesmente a rainha do baile que se apaixona pelo cara errado.
Alguns movem objetos com a mente, outros, precisam apenas mover a língua.
Lv.
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