setembro 03, 2007

Carrie, a Estranha

Assisti ontem (pela enésima vez). Fantástico. Clássico de terror (que eu adoro).

Mas, se pararmos para pensar um pouco, no frigir dos ovos, não tem nada de terror na história, excetuando o fato de que a personagem principal (fantasticamente interpretada por uma jovem Sissy Spacek) possui "poderes" especiais de telecinese. O filme se trata mais de um drama, mesmo.

Imagine ser filho de uma louca religiosa que acredita que a mulher é a culpa de todo o mal que existe no mundo, e é castigada por isso ao longo da vida com a menstruação e a possibilidade de ser mãe. E mais: acredita que a própria filha (Carrie, no caso), é resultado de um pecado gravíssimo que ela cometeu com o próprio esposo, que as pessoas ditas normais chamariam apenas de sexo.

E a coisa toda complica ainda mais por conta daquela segmentação adolescente famosa nas escolas americanas entre os "populares" e os "mortais".

Agora me diga: quem não incendiaria a escola no baile de formatura depois de sofrer com a sacanagem de alguns infelizes? Ou não tentaria matar a mãe descrita acima depois de ficar completamente descontrolada pelos abusos alheios e da própria?

No fundo, acho que todo mundo guarda uma Carrie dentro de si, e sublima na própria vida a característica que mais lhe cabe: a adolescente recalcada que move objetos e se acha uma freak, a filha de uma louca, o resultado de um pecado gravíssimo ou simplesmente a rainha do baile que se apaixona pelo cara errado.

Alguns movem objetos com a mente, outros, precisam apenas mover a língua.

Lv.

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